vapor, sutil se faz calor
va por, dentro alegria exacerbada
vão das palavras desencaixadas
constrangimento pelo não recebimento
ignorando o ignorado sem perceber
em seus braços quero estar
mas já não sei o que dizer
talvez não tenha habilidade para nada
e me retraia, mas sei o quanto sou estrambelhada
rio pela tragédia colorida
rio pelo intrometimento causado
um membro solto desperto
as notas desafinadas
desenvolvendo melô dia, melodia
sem o que dizer
reboliço sentimento, sem ver
distorcidos sinais
faço um passe atrás
para seguir a diante
procurei, não existe qualquer semelhante.
- Nilya-

Tu que estas a cima de qualquer ser,
mesmo com tua exaustão, entreter
do calor, do frio do tédio
da madeira, do aço, arte vens trazer

o valor de um sorriso, verdadeiro
não há comparação,
a dor, resultado, dia inteiro
concatenação!
se sustenta no brilho do olhar
na altura de seu caminhar
o valor de estar presente
o cotidiano se faz ausente.
-Nilya-

Aire

Respiro da inquietude, da saturação
as palavras que se assopram
no sussurro, permanecerão
nas carícias que tu rebulas
frio que permeia
me acalentas
balbúrdia dos pensamentos
de si, segura, desta discórdia
me ausenta, desta melancolia
me desperta, um punhado desta especiaria

o que importa é estar presente
é estar
não mais na sala de estar
é estar
em passos no meu andar
é estar
na sinceridade do meu olhar
sem mais rimas para esta consternação
me sustenta, vem a tona
tônus da ton tu ra resolução
- Nilya-

Ao caminhar em passos inseguros

ao perceber estou sendo seguida

ao meu lado cachorro de pelagem peculiar

dando me segurança, companhia

com apenas troca de olhar

enfatizei um carinho mas ...

ele estava ali, do meu lado apenas para me alegrar

dizem os sábios falantes

energia positiva eles seguem

meus passos de um longo caminho

ele deixou me segura no meu destino ...

- Nilya -

Sol se torna chuva 

rio de lágrimas se forma

o quanto sou importante?

me perder por um instante

de outra forma sigo em diante

escolha foi decidida

entre as montanhas rios pantanos

terei que trilhar sozinha

desta flecha lançada

acreditas mais no erro do que no acerto

da flecha que segue no alvo ...

- Nilya -

Palavras

As vezes certas palavras

são ditas no alvoroço da emoção

mas não permaneceram elas se vão

talvez falte coragem para respiração

talvez não falte com agitação

elas se vão ...

- Nilya -

Suas palavras ecoam no abismo
me faz desistir de pular
retorno minha posição de inicio
vejo o brilho da lua sobre teu olhar
me encontro, mas será que tudo isso é real?
os sentidos se tornam microscópicos
os carinhos se tornam cada vez mais sutis
sinto me feliz em te encontrar
mas será que suas palavras vão me derrubar do abismo?
ou será que elas vão me abrigar?
fico cada vez mais confusa com teus sinais
você está aqui?
- Nilya -

Posso cair, mas me levanto
podem me criticar e por lei da desistência
a própria desistência é minha consciência
vou em em frente com minhas ferramentas
dou o máximo com vontade
errei mas aprendi
posso cair novamente mas tentei
se dizem o que sou, tenho que ir mais além
dizem o que dizem, não haverá mais nenhum porém
- Nilya -

Afago

Noite iluminada por um luar integral
entre objetos coloridos e voadores
conheça o seu rival
habilidade era o principal
mas concentração e resistência
levava a final

de suas palavras afagas
minha garganta ficou atada
de seus olhos, de sua sinceridade
história que nos aproximou
oportunidade de dizer a verdade
tentei fujir, mas você me resgatou

entre o escuro das balburdias
curto sono, o dia aclarou
a competição ainda não acabou
entre comidas e bebidas
o cansaço vem a tona
alegria, combustível desta maratona

ganhador declarado
você o grande vencedor
cansaço debandado
um dia sonhador
- Nilya -

Felpudo

Revejo a caixa vermelha aveludada
sonho em estar, atuar em plural
vem em um bom tom forte
esta doce vontade
mas sua sintonia se foi
na qual não me encaixo
todos estes sintomas, indiretas
ordem natural do ciclo vital
revejo caixa aveludada
me vem um calafrio,
revejo caixa ... inspiro o vazio
feliz por me sentir bem
mas poderia estar melhor
ao seu contato em outro lugar
me fere, por isso me vou
só nas escritas vou te encontrar
- Nilya -

Passeio

Andarilho por ai
dia lindo ensolarado
brisa fresca amarelada
vou no cemitério, dou uma olhada
confirmo em cada túmulo uma história
vida frágil, complexa ao acaso
flores murchas me vejo em mim
dor profunda assim
o pouso do pássaro me volta
caminho só

poça de água cheia de larvas
escória da humanidade
onde está a simplicidade
onde está a cumplicidade
onde está o querer verdadeiro
onde está a força de vontade
batalhar por aquilo que se quer bem

dia lindo ensolarado
se torna turvo em meus olhos
brisa fresca amarelada
ao som retorno em mim
por este caminho sem sentido assim

- Nilya -

Sem melodia

Faço esta canção sem melodia

de palavras sucintas,

entre laços amarrados,  nós atados

não há evolução nem retrocesso

o que aumenta neste processo,

o respeito, aproximação e cumplicidade,

o amor para eternidade

o brilho em teus olhos quero me ver

mas estas em outro lugar,

em contato com outro olhar

ainda não chegou minha vez

já não sei para onde ir

quero aos passos longos, fugir

te vejo entre palavras,

te vejo entre garrafas

não há carícias

não há contato

a flecha que atravessa meu peito

me dói quando te vejo

sem algum selo, guardo seu beijo

estou perdida neste caminho

perdão aos erros que cometi

mudei, mas como te mostrar

o quanto evolui, se não estas aqui,

ao seus desvios, assopra o vazio

suas palavras para te deixar,

suas palavras sem compromisso

mas só com você consigo voar

só com você consigo me libertar

já corri, te resgatei e você caiu novamente, 

mas sem você para estar

me afasto sutilmente

vou neste caminho andarilhar

sem mapas, em um rumo qualquer

só você poderá me encontrar,

ao som cardíaco do tic-tac

- Nilya -

Mes de Frio

Frio começo do mes

esfria minhas extremidades

me congela por completo

o vermelho se tornou turvo

o complexo se tornou claro

o reflexo do calor de seu sentir

se esfriou

cada passo algum obstáculo

cada passo sinto o distante

cada passo só no passo 

o vermelho esta distante

o engraçado se tornou serio

o serio já não sei

do verão o inverno para florescer

já não sei não sabendo do que fazer

vou embora, para não saber

não consigo te olhar com outra posição

a troca das palavras cegas para te ver

só a primavera volta me descongelar...

- Nilya -